A presença portuguesa
está registrada nos traços do Complexo Feliz Lusitânia, com a Casa das Onze
Janelas, o Museu de Arte Sacra e Igreja de Santo Alexandre, a Catedral
Metropolitana e o Forte do Presépio, que além de ser o ponto de fundação da
cidade, guarda relíquias dos índios, primeiros habitantes da Amazônia.
Ao visitar o complexo
Ver-o-Peso, o destaque é para a arquitetura inglesa presente na Praça do
Relógio, Mercado de Carne e Mercado de Ferro, um dos principais símbolos da
cidade. A feira do Ver-o-Peso, onde se vendem as mais variadas frutas e
iguarias da Amazônia, é também local de encontro de diversas culturas. Ao
centro, o Solar da Beira, que retrata o requinte da época da fundação de Belém,
como toda a arquitetura em volta do local.
Bem ao lado da feira
está a Estação das Docas, que nasceu da transformação de simples galpões de
ferro, importados da Europa, ao mais imponente complexo de lazer, gastronomia e
turismo da região. Para o almoço, ao por do sol ou noite adentro, é lá que todos
se encontram, para se deliciar com a brisa da Baía do Guajará, com a alegria
contagiante do lugar ou com o cardápio, de excelente qualidade e sabor da
culinária paraense.
Natureza
– O Mangal das Graças é um exemplo de como a capital paraense alia modernidade
e preservação ambiental. O espaço, construído às margens do rio Guamá, preserva
boa parte da vegetação de mangue e põe o visitante em contato com algumas
espécies de pássaros e outros animais da região. Lá também deve-se visitar o
Museu da Navegação e um mirante de 40 metros de onde se tem uma visão
privilegiada da cidade e das ilhas de Belém.
A natureza verde de Belém ainda pode ser vista no Jardim
Botânico Bosque Rodrigues Alves, no Museu Paraense Emílio Goeldi e no Bioparque
Amazônia. No entorno da cidade, mais de 70 ilhas e um cotidiano de vida
ribeirinha encantador, entre elas as ilhas de Mosqueiro, Outeiro e Cotijuba.
O presidente da Companhia Paraense de Turismo (Paratur),
Adenauer Góes, diz que “o melhor do Pará é o paraense. O melhor de Belém é o
belenense”. Para ele, os 396 anos de Belém “marcam um novo momento para a
história da cidade, que sempre será uma referência para o Brasil, sempre estará
no contexto de destaque nacional e internacional do Pará, como “a obra-prima da
Amazônia”.
Ele garante que, se
depender do setor do turismo, Belém tem muito a comemorar. Afinal, em 2011, o governo do Estado retomou
um trabalho de divulgação de Belém, do Pará e de seus principais atrativos em
grandes feiras e eventos nacionais e internacionais, atraindo fluxos de países
como França, Portugal, Espanha, Guiana Francesa, Argentina e Inglaterra, entre
outros, visando ampliar o fluxo de turistas ao Pará.
Qualificação
– Houve, lembra Adenauer, investimentos também nos profissionais envolvidos
direta e indiretamente com turismo, pela qualificação profissional do corpo
técnico da Paratur e profissionais da iniciativa privada. Graças ao Plano
Emergencial de Qualificação Profissional do Turismo, foram feitos cursos de
aprimoramento para garçom, taxista, condutor de turismo, camareira,
recepcionista, gestor empresarial e mototaxista, entre outros.
Grande parte dos mais de 1,3 mil profissionais qualificados
são de Belém e os demais, de 14 municípios que são referência no contexto de
prioridades para o turismo. Este ano, essa capacitação, pelo Programa Estadual
de Qualificação Profissional do Turismo (Peqtur), vai ser ampliada para mais
10.280 pessoas, visando inclusive qualificação profissional em outros idiomas,
de olho no fluxo que o Pará deve receber em função da Copa de 2014 e das
Olimpíadas de 2016.
Outra estratégia da Paratur é aproximar os setores que
comercializam os produtos turísticos de Belém, a exemplo das agências de
viagens, dos principais roteiros, equipamentos e atrativos do turismo, como
está sendo feito com o Museu Histórico do Estado do Pará (MHEP). Esse trabalho
é feito a partir das visitas, monitoradas pela Paratur, de jornalistas
especializados em turismo, de editores de guias turísticos e catálogos para dar
visibilidade, em especial ao patrimônio histórico, cultural e arquitetônico. A
criação de cinco roteiros que apontam o potencial hídrico do Pará, em parceria
com a Organização do Tratado de Cooperação Amazônia (OTCA), também visa esse
fortalecimento.
Gestão
– Outro grande presente para Belém e para o Pará, que está entre os 88 produtos
e 184 destinos brasileiros que vão receber investimentos para promoção visando
atrair fluxo de turistas nacionais e internacionais durante a Copa de 2014, é a
criação do Sistema de Gestão do Turismo (Segetur), que inclui a manutenção da
Paratur como entidade de promoção, marketing e divulgação do turismo, e a
criação da Secretaria de Estado do Turismo (Setur), com a missão de conduzir as
políticas públicas de turismo do Pará, atuando em parceria com o Fórum de
Desenvolvimento Turístico do Estado (Fomentur), entidade que reúne mais de 40
outras entidades ligadas direta e indiretamente ao setor, atuando com a missão
de aconselhamento dos gestores públicos e do setor privado do turismo.
Iniciada esta semana pela Paratur, com apoio da consultoria
espanhola Chias Marketing, a implementação do Plano Estratégico de Turismo,
lançado em novembro de 2011, marca efetivamente este momento de transformação
do turismo de Belém, e do Pará, que hoje recebe cerca de 600 mil turistas ao
ano, mas tem meta de, em oito anos, triplicar esse número em termos de mercado
nacional, crescendo em fluxo internacional 10% neste primeiro ano e 25% por ano
a partir de 2013%, chegando em 2020 com uma receita cinco vezes maior que os
valores atuais.